Quem deve se responsabilizar pela segurança de crianças e adolescentes na internet? - por Cristiane Jatene

Crianças não podem ficar sozinhas em ambientes públicos. Não é seguro. A internet é um ambiente público e com um perigo adicional, é um ambiente público que a criança pode acessar de um ambiente privado. Essa situação, por si só, sem monitoramento constante de um adulto responsável, representa um perigo adicional.

Adolescentes podem começar a ficar sozinhos em certos ambientes públicos, sob certas condições, com certas companhias, com monitoramento da chegada e da saída (e do percurso!) por um adulto responsável. Como já dito, a internet é um ambiente público, sem filtro algum. O mesmo filtro que se faz para ambientes concretos deve ser feito em ambientes virtuais.

A responsabilidade sobre o que crianças e jovens acessam nas redes sociais não é da rede social, é dos responsáveis pela criança e adolescente.

A sociedade tem obrigação de criar leis que regulem e responsabilizem as redes sociais, tal como ocorre para empresas que tem seus negócios no plano concreto. Por exemplo, não aceitar a criação de contas anônimas, com chips de celulares que podem ser descartáveis ou provedores que não podem ser localizados, para fornecerem informações dos usuários, o que ajuda a investigar e puni-los, quando necessário, judicialmente.

Mesmo com as redes regulamentadas, os responsáveis pela criança/adolescente devem fiscalizar a quais conteúdos eles estão expostos e conversar e explicar, não condenar, isso não é educação, é preguiça de adultos que querem o titulo de pai e mãe, mas não tem paciência.

Sim, sei que educar é exaustivo e que os pais/responsáveis podem estar exaustos por outras exigências da vida capitalista, mas uma vez que resolveram se responsabilizar por uma vida precisam cumprir o compromisso escolhido.

O mais importante de tudo: crianças não devem ser expostas a conteúdos para adultos, simplesmente porque essas crianças não tem condições de avaliar o que aquele conteúdo significa, qual seu objetivo. A criança tem o direito de viver sua infância, de explorar as brincadeiras fantasiosas, de não saber tudo que o ser humano é capaz, porque ela ainda não tem maturidade para entender o significado de certos conteúdos da internet, embora entenda tudo. Esse é justamente o problema, ela vai entender "do jeito dela" e isso pode ser perigoso para o seu desenvolvimento emocional e para sua segurança.

Em relação aos adolescentes há um risco adicional. Eles, no geral, acham que já sabem tudo e, alguns, estão expostos a conviverem com turmas complicadas que os desafiam a fazer certas práticas que não necessariamente eles queiram fazer, mas que fazem para serem aceitos no grupo.

O momento privilegiado de criar intimidade entre a criança e seus cuidadores é dos zero até por volta de dez anos. Procure criar proximidade, intimidade, dialogo com seu filho. Isso inclui ouvir e explicar, responder e não impor.

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